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O fogo. Sim. O fogo. Um incêndio. Todos em desespero. E eu no meio de tudo. Procurando alguém que, como eu, estivesse inocente do fogo que se alastrava. Eu não sentia calor. Desconfiava que todo fogo fosse fátuo. Bem que eu encontrava alguns dispostos a conversar naturalmente.  Mas a maioria estava alucinada e prestes a morrer carbonizada.

Perguntada que foi sobre o título do livro, que seria Boitatá, uma personagem especial preferiu permanecer primitivamente nobre; nunca desistia de si mesma: — “melhor o nome mais formal: Fogo Fátuo. Boitatá é muito feio”. 

Eis que o livro ficou pronto. Com fumos de uma “filosofia barata”, como dizia outra personagem para me pirraçar de paixão. 

Fogo Fátuo faz uma homenagem à filosofia, e ao pensar filosófico, e também à psicologia e é um agradecimento e também uma homenagem a todo o pessoal psi-. Como se buscasse transcender Nietzsche (a quem chamo de “o filósofo” do começo ao fim, porque não conheço outro), faz a transvaloração de todos os valores.

São trinta peças filosóficas (para não dizer aforismos, porque são mais extensas), que abarcam a vida em sociedade de uma forma, senão pernóstica, ao menos, superficial; o cotidiano, os Cafés Filosóficos encontrados na TV, o choque de civilizações, as reflexões originárias das sessões de psicoterapia, sendo a peça filosófica central a décima sexta, que questiona a república como fruto de uma sub-reptícia “misarquia”, expressão que Nietzsche cunhou para se referir ao “ódio a todos os governos e ausência de poder”.

Depois o livro termina, e observamos que ganhamos mais uma aurora, não houve incêndio nenhum. As pessoas estavam mesmo era desperdiçando o tempo de suas vidas fazendo seus últimos pedidos, enquanto “nós”, conforme me refiro a mim e à minha gente, aproveitamos a vida para nos refestelarmos e palrarmos.

Fogo Fátuo

R$ 80,00Preço
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